segunda-feira, 28 de março de 2011

Um exemplo a ser seguido!

Por Tarek Omar

Hoje excepcionalmente irei fugir um pouco do futebol local, para falar de um feito histórico realizado por um goleiro paranaense na tarde ontem, em Barueri. Rogério Ceni, que há mais de 20 anos honra a camisa do São Paulo, cravou o seu nome na história do futebol brasileiro ao marcar o seu centésimo gol na carreira, e justamente em um clássico contra o Corinthians. Não bastasse isso, ainda ajudou seu clube na vitória por 2x1, encerrando um tabu de 11 jogos sem vitórias contra o rival. Uma tarde inesquecível para todos os são paulinos e admiradores de um bom futebol.
Rogério Ceni, atualmente é um dos maiores exemplos a ser seguido no futebol brasileiro. Como poucos jogadores hoje em dia, ele já se mantém fiel a seu clube por mais de 20 anos, demonstrando sempre um grande amor e respeito pela camisa que veste. Ele é o exemplo mais atual de que para conquistar o sucesso financeiro e ser reconhecido mundialmente, não é necessário ir para a Europa, basta ter caráter e jogar sempre com raça, respeitando a camisa que veste.
Diferente de muitos jogadores, Rogério Ceni tornou-se mais do que um ídolo da torcida Tricolor, ele é um ícone no futebol brasileiro. Apesar de odiado por muitos, devido a sua identidade com o São Paulo, não há como negar que hoje em dia no futebol brasileiro faltam jogadores com o nível e o caráter dele. Sem sombras de dúvidas, atualmente ele pode ser considerado o maior exemplo do futebol brasileiro nos últimos 20 anos. Deixo registrado aqui meus parabéns ao Rogério, que com mais 22 gols na carreira poderá superar Raí e se consagrar como o 10º maior artilheiro da história do São Paulo.
Foto: Wander Roberto

sábado, 26 de março de 2011

Coritiba passeia em Irati, bate recorde histórico e fica mais perto do título

Por Tarek Omar

Considerado por muitos comentaristas como um dos jogos mais complicados do campeonato para o Coritiba, a partida contra o Iraty fora de casa ficou marcada pela facilidade alviverde na vitória por 4x2 e a quebra de um recorde histórico em 96 anos de Campeonato Paranaense, o de 28 partidas de invencibilidade na competição, somando as 11 partidas do ano passado. Além disso, o Coxa se igualou o recorde do Furacão de 2008, que alcançou a marca de 12 vitórias consecutivas e também igualou o maior recorde brasileiro de vitórias consecutivas, que é do Grêmio, com 15 vitórias em 2010.

Foi assim, quebrando um recorde atrás do outro que o Coritiba entrou em campo e logo aos 18 segundos, com Anderson Aquino após grande passe de Léo Gago, marcou o gol mais rápido do Campeonato Paranaense 2011, abrindo o placar na cidade de Irati. A equipe da casa, atrás no placar, até que tentou empatar aos 4 minutos de jogo, mas parou no goleiro Edson Bastos. E o castigo veio logo em seguida. Aos 10 minutos, o alviverde ampliou a vantagem com mais um gol de Anderson Aquino, 2x0 Coxa.

Com a vantagem no placar e a lesão de Marcos Aurélio aos 21 minutos, o Coritiba passou a cadenciar mais a bola e manteve o placar até o apito final, apesar de algumas tentativas, sem sucesso, da equipe da casa de marcar o gol.

Na segunda etapa, o Coritiba iniciou com tranquilidade e logo aos 4 minutos já marcou o terceiro gol com um belo chute de Davi, que bateu de primeira após um bom cruzamento de Everton Ribeiro. Em seguida, aos 17 minutos, em um rápido contra-ataque alviverde, Davi ampliou ainda mais o placar, marcando 4x0 Coxa e se igualando ao meia atleticano Paulo Baier na artilharia do campeonato.

Tranquilo na partida, o Coritiba cometeu mais uma vez o grave erro das partidas contra Atlético-PR, Operário e Paraná Clube. Tirou o pé, relaxou na partida e viu o Iraty marcar dois gols, pressionando o alviverde no final da partida. Um de William aos 33 minutos, após falha da zaga, e outro de Paraíba aos 39 minutos, após uma falha do goleiro Edson Bastos. Outro destaque negativo para o alviverde, foram às lesões de três importantes jogadores no elenco: Marcos Aurélio, Tcheco e Jéci. Mesmo com alguns deslizes no fim do jogo, o Coritiba mais uma vez mostrou um futebol alegre e envolvente, ganhando com facilidade os jogos disputados. 

Batendo um recorde atrás do outro, o Coritiba agora tem três partidas seguidas no Couto Pereira, contra Atlético-GO pela Copa do Brasil, e outros dois pelo Campeonato Paranaense contra Rio Branco e Corinthians-PR. Caso vença o Atlético-GO, o Coxa pode chegar a 16 vitórias consecutivas, batendo o recorde do Grêmio de 2010, que conquistou 15. Já no final de semana, caso vença o Leão da Estradinha, o alviverde pode chegar a 13 vitórias seguidas no campeonato paranaense e bater o recorde do rival Atlético-PR, que em 2008 ganhou 12 partidas consecutivas no estadual. 

Com a vitória em cima do Iraty, o Coxa se mantém invicto na competição, dispara na liderança do segundo turno e fica cada vez mais próximo de conquistar pela terceira vez em sua história um título paranaense invicto. O Iraty, por sua vez, com apenas uma vitória no segundo turno, busca a reabilitação contra o Corinthians-PR no próximo sábado, no Eco Estádio.

Foto: Ag. do Estado

sábado, 19 de março de 2011

Vote: Qual foi o melhor esquadrão da última década?

Por Tarek Omar

A década passada ficou marcada por altos e baixos dos nossos clubes no cenário nacional. O Atlético-PR, que entre 2001 e 2005 foi soberano, conquistando um título Brasileiro, três títulos paranaenses, classificação para a semifinal da Copa Sul-Americana, além de dois vice campeonatos (um na Libertadores e outro no Brasileiro), lutou durante 3 anos consecutivos para escapar do rebaixamento, só voltando a realizar uma boa campanha no Brasileirão do ano passado.

Já o Coritiba, que iniciou a década com bons times, chegando a final da Copa Sul Minas em 2002, Semifinal da Copa do Brasil em 2001, classificação para Libertadores em 2003, além do bicampeonato paranaense (2003/2004), com duas grandes campanhas, amargou duas vezes o rebaixamento em um período de cinco anos, voltando a se reestruturar apenas em 2010.

Enquanto isso, o Paraná Clube, que manteve a hegemonia no Estado durante a década de 90, até chegou a fazer boas campanhas na última década, com destaque para o título paranaense e a classificação para a Libertadores em 2006, entretanto, após o rebaixamento para a Série B em 2007, o clube até hoje sofre para se recuperar e voltar a série A, tentando novamente se tornar o time vencedor dos anos 90.

Analisando a última década, podemos dizer que os três clubes tiveram grandes momentos. E para relembrar a torcida, selecionei os dois melhores esquadrões de cada clube para o torcedor escolher qual ele considera o melhor. Os escolhidos para participar da enquete foram: Atlético-PR (2001), Coritiba (2003), Atlético-PR (2004), Paraná Clube (2005), Paraná Clube (2006) e Coritiba (2010). 

Relembre dos esquadrões:

Atlético-PR (2001)

Após montar boa parte do elenco, o técnico Mário Sérgio teve uma grande série de resultados negativos e foi demitido soltando a frase: “Ou o Atlético acaba com a noite, ou a noite vai acabar com o Atlético”. Em seguida, Geninho assumiu o clube e impôs o seu ritmo no clube, que conquistou o seu primeiro título brasileiro da história após duas vitórias frente da forte equipe do São Caetano. O destaque do ano foi o artilheiro Alex Mineiro.

Elenco titular: Flávio; Gustavo, Nem e Rogério Corrêa; Alessandro, Cocito, Kléberson, Adriano e Fabiano; Alex Mineiro e Kléber Pereira.

Coritiba (2003)

Com o técnico Paulo Bonamigo, o Coritiba fez uma campanha brilhante em 2003. No começo da temporada, o time conquistou o título Paranaense invicto após a vitória por 2x0 em cima do até então invicto Paranavaí, no Couto Pereira. No Campeonato Brasileiro, o Coxa buscou o título durante boa parte da competição, mas a grande  qualidade e saída de Tcheco durante o campeonato, complicaram a campanha alviverde, que conquistou a vaga para a Libertadores diante do Criciúma na última rodada. 

Elenco titular: Fernando Prass; Danilo, Edinho Baiano e Nascimento; Ceará, Roberto Brum, Jackson, Tcheco e Adriano; Lima e Marcel.

Atlético-PR (2004)

Para muitos atleticanos, este é considerado o melhor elenco da história. Após Mário Sérgio montar um forte elenco e mais uma vez ser demitido, Levir Culpi assumiu o controle da equipe, e brigou até o último jogo com o Santos pelo título Brasileiro. O jogo crucial para a perda do título foi contra o já rebaixado Grêmio, em Erechim, em que o Furacão ganhava de 3x0 até os 25 minutos do 2º tempo e permitiu que o adversário empatasse com dois gols no último minuto. Segundo boatos de bastidores, o principal motivo da derrota foi uma briga do dirigente Mario Celso Petraglia com o técnico Levir Culpi no intervalo da partida, mas o boato nunca foi confirmado.

Elenco titular: Diego; Marinho, Rogério Corrêa e Marcão; Fernandinho, Fabiano, Alan Bahia, Jadson e Ivan; Dagoberto e Washington.

Paraná Clube (2005)

No ano em que o campeonato brasileiro ficou marcado pela máfia do apito, o Paraná Clube realizou uma campanha marcante. O time, comandado pelo artilheiro Borges, ficou em sétimo lugar na competição, com grande destaque para a goleada por 6x1 em cima do Fluminense. O momento negativo desta campanha, foram as vendas de jogos contra times paulistas ao interior do Estado, invertendo o mando e prejudicando a campanha tricolor. Porém, nada que tirasse o brilho da equipe.

Elenco titular: Darci; Marcos, Aderaldo e Daniel Marques; Neto, Rafael Mussamba, Maicossuel, Thiago Neves e Vicente; Borges e Flávio Alexandre.

Paraná Clube (2006)

Com um elenco sem nomes conhecidos, o Paraná Clube fechou o primeiro semestre com um título paranaense após quase uma década sem vencer. No Campeonato Brasileiro, a campanha paranista foi brilhante e após conquistar vitórias expressivas em jogos de Pinheirão lotado, o time conquistou a vaga para a Taça Libertadores da América no ano seguinte. No final do ano, o Paraná reestreiou na Vila Capanema, após anos longe de casa.

Elenco titular: Flávio; Peter, Gustavo, Edmílson e Eltinho; Pierre, Beto, Batista e Sandro; Leonardo e Cristiano

Coritiba (2010)

Após cair em pleno Couto Pereira, no ano do centenário do clube, e receber uma punição de 10 jogos longe de casa no Brasileirão da série B, devido a uma “batalha campal” organizada por alguns torcedores, o Coritiba iniciava 2010 com o estádio ainda interditado e sem perspectivas de futuro. Mas com um bom planejamento da diretoria, que manteve a base do ano anterior, o Coxa venceu o Campeonato Paranaense de maneira brilhante e conquistou o título da Série B com uma rodada de antecedência, mesmo jogando 29 partidas longe do Couto Pereira.

Elenco titular: Edson Bastos; Jéci, Pereira, Fabinho Capixaba e Triguinho; Leandro Donizete, Leo Gago, Rafinha e Enrico; Marcos Aurélio e Leonardo.

Analisando os elencos, qual foi o melhor esquadrão da década, para você, torcedor? Vote na enquete ao lado.

Fotos: Oficial dos clubes, Uol e Robson Mafra

quarta-feira, 16 de março de 2011

A fórmula do sucesso

Por Tarek Omar

Um assunto que sempre me faz refletir quando estou em algum debate sobre o futebol paranaense, é a grandeza dos nossos times. O que somos hoje em dia e o que poderíamos ter sido, caso tivéssemos uma Federação com boa representatividade pelo Brasil e dirigentes competentes, que administrassem os clubes de forma séria, pensando mais na instituição do que no próprio bolso. Analisando a situação atual do nosso futebol, dá uma tristeza ver que apesar de algumas boas campanhas, não temos times que disputem todo ano de igual pra igual com os clubes do eixo.

Uma comparação pertinente, que sempre acho necessária fazer quando falo sobre isso é a dos nossos clubes com os de Porto Alegre, que todo ano batem de frente com os grandes do Brasil e até da América Latina. Mas por que comparar justo com os gaúchos, sendo que os clubes de lá são muito maiores? É justamente por isso que faço essa comparação. Se Curitiba tem mais habitantes que Porto Alegre e tem um padrão de vida considerado melhor que o deles, o que faz Internacional e Grêmio serem tão superiores ao Trio de Ferro? Confesso que essa é a principal pergunta, que sempre me fez refletir. Tínhamos tudo para ser do mesmo nível.

Talvez, um dos principais aspectos que sempre fez deles grandes, foram as competentes administrações de dirigentes que passaram por lá. Uma administração do clube como se fosse empresa, profissionalizando todos os setores e oferecendo um plano de sócios atrativo, para gerar uma renda mensal através da própria torcida. No entanto, será que é somente isso que precisa para mudar? Na minha concepção, não. O exemplo que uso é sempre o do Atlético-PR.

Com a chegada de Mario Celso Petraglia, em 1995, o clube se reestruturou, seguiu essa tendência, criou um grande patrimônio e além de conquistar um título brasileiro, chegou a ficar em 2º lugar na Libertadores e no Brasileiro. Campanhas dignas de aplausos, principalmente para o futebol paranaense, que sempre foi coadjuvante nos campeonatos. Porém, mesmo com toda essa estrutura e boas campanhas na década, o Atlético brigou pelo rebaixamento durante 4 anos seguidos. O que mais é preciso para mantermos uma regularidade e crescermos de verdade?

O principal motivo de hoje não termos o devido respeito que merecemos perante o Brasil, é devido a nossa Federação. Cito alguns exemplos históricos, que poderiam ter mudado para melhor a história dos nossos times, se não fosse nossa falta de representatividade. 
Em 1989, o Coritiba tinha um timaço, brigava ponto a ponto pelo Bi Campeonato Brasileiro com o Vasco da Gama, porém, em uma rodada a CBF colocou o Coxa para jogar antes dos cariocas. O clube ganhou na justiça o direito de fazer a partida no mesmo horário, não compareceu no horário marcado inicialmente, e foi rebaixado no tapetão pelo presidente da CBF, Ricardo Teixeira. Os anos seguintes a isso estiveram entre os piores da história alviverde, deixando o clube em um jejum de 10 anos sem títulos.

Já em 2000, na Copa João Havelange, o Clube dos Treze recusou a presença do Paraná Clube entre as principais equipes, o colocando no Módulo Amarelo, equivalente a Série B do Brasileirão. Na ocasião, o tricolor ainda voltou para série A no mesmo ano, conquistando o título em uma partida contra o São Caetano. Apesar de o Paraná ter se recuperado, esse fator poderia ter prejudicado muito a equipe paranista, que sempre vinha fazendo boas campanhas.

Contudo, o exemplo mais recente, foi a final da Libertadores 2005. O Atlético-PR, mesmo tendo um dos estádios mais modernos da América Latina, foi proibido de jogar a final na Arena da Baixada, pelo fato de o estádio ter capacidade menor que 40 mil pessoas. Na época o rubro-negro instalou arquibancadas tubulares, que foram aprovadas pelo corpo de bombeiros, porém, a Conmebol proibiu mesmo assim. O Atlético teve que se deslocar até o Beira Rio e dividir o estádio meio a meio com a torcida do São Paulo. O fato prejudicou muito a equipe paranaense, que empatou em Porto Alegre e perdeu o jogo de volta para o tricolor paulista. Era um título importantíssimo que poderia ter vindo para o nosso Estado, e complicou por não termos a tão importante representatividade.
 
Além desses fatos, existiram muitos outros que nos atrapalharam ao longo dos anos. São fatores decisivos, que marcaram negativamente a história do nosso futebol e demonstram o quanto poderíamos ter ganhado, se não fossem esses problemas extra campo. Casos em que nossa Federação pouco fez para mudar o cronograma, ou quando fez, foi pouco eficiente. Sem contar também, as baixas cotas que recebemos em relação aos times grandes, os julgamentos no STJD em que muitas vezes acabamos levando a pior e a influência da arbitragem contra os paranaenses em diversos jogos contra times do eixo e até mesmo do Rio Grande do Sul.

São momentos sem volta, que poderiam ter modificado para melhor a história do nosso futebol, e só vão ser possíveis de mudar no futuro quando tivermos, além de presidentes realmente competentes, uma Federação profissional e capacitada, que valorize nossos times e jogue a favor deles. Talvez, um bom começo seja valorizar mais o Campeonato Paranaense, que graças a regulamentos amadores, vêm se desvalorizando mais a cada ano.

Fotos: Geraldo Bubniak/ Alex Regis/ Reuters

terça-feira, 15 de março de 2011

Polêmica: Oito clássicos na última rodada do Brasileirão

Por Tarek Omar

A CBF divulgou ontem a tabela do Brasileirão 2011. Após as suspeitas de que, para prejudicar o rival, alguns jogos foram entregues nas últimas rodadas dos campeonatos anteriores, a tabela mudou drasticamente em 2011. Dessa vez, todos os clássicos estão marcados para a última rodada, evitando assim, qualquer suspeita de corpo mole.
De fato, os clássicos no fim darão um brilho a mais para o campeonato. Por exemplo, imagine o seu time sendo campeão em um Atletiba. Ou rebaixando o adversário para a segunda divisão. E por que não, jogando uma água no chopp da festa do rival? Independente da situação, a promessa é de casa cheia e muita emoção nas rodadas finais do Brasileirão 2011.
Nesse aspecto, ponto para a CBF, que ouviu as críticas dos últimos anos e vem tentando melhorar o campeonato, evitando que manipulações como essas possam ocorrer novamente (Vamos esquecer a arbitragem neste texto).
Porém, não poderemos esquecer-nos das consequências que um clássico trará nas últimas rodadas. Se eventualmente o Cruzeiro rebaixa o Atlético-MG, ou o Grêmio é campeão em cima do Internacional, qual seria a reação da torcida perdedora, ao amargar uma derrota no nacional justamente contra seu maior rival? O policiamento terá de trabalhar muito nessas rodadas.
Até aí, apesar de perigoso, é normal, pois durante anos já ocorreram clássicos em decisões. Entretanto, os principais problemas serão nos clássicos cariocas e paulistas, porque são quatro grandes clubes em cada estado, e consequentemente, dois clássicos no mesmo horário. Nessas duas cidades, os jogos terão que ser muito estudados pela Polícia Militar, pois a possibilidade de haver confronto, digamos que é de uns 95%.
E não é exagero, pois, analise comigo. Último jogo da temporada, um time será campeão, outros serão rebaixados e uns ainda irão para a Libertadores, tudo isso em cima do seu principal rival. A torcida perdedora sairá do estádio de cabeça quente, e encontrará outros torcedores saindo de outros clássicos, alguns comemorando e outros também de cabeça quente. As chances de inconsequentes protagonizarem brigas generalizadas serão grandes.
Em um contexto geral, podemos perceber que essa mudança de tabela trará alguns pontos positivos, mas também, outros negativos na disputa final do Brasileirão. Entretanto, o risco é necessário para sabermos como será um nacional com clássicos nas últimas rodadas. O desfecho dessa história só será conhecido no final da temporada.
Fotos: Arquivo, Revista Placar e Gazeta Press

segunda-feira, 14 de março de 2011

A retranca custa caro

Por Tarek Omar

O clássico entre Coritiba e Paraná, disputado na noite de ontem no Couto Pereira, ficou marcado pela superioridade coxa branca tanto no jogo, como no Campeonato Paranaense 2011. Sobrando na partida, o alviverde goleou o rival por 4x2 e chegou a sua 11ª vitória consecutiva na competição, freando a arrancada tricolor. Com o resultado, o Coritiba assume a liderança isolada do 2º turno e fica cada vez mais próximo do título.

No entanto, outro fato que chamou a atenção no clássico foi à mudança tática do técnico Ricardo Pinto antes do jogo. O treinador paranista, que nas últimas quatro partidas vencidas pelo tricolor, foi para cima do adversário, dessa vez entrou com três volantes, chamando o Coritiba para o seu campo.
O castigo não demorou a acontecer, logo no 1º tempo o Coritiba já abriu 3x0 de vantagem, além de perder diversas chances claras de gol. Porém, na etapa final o alviverde tirou o pé, e o Paraná foi em busca do resultado. Com dois gols no final, o tricolor diminuiu o placar para 3x2, dando um susto na equipe da casa. Entretanto, poucos minutos depois, o Coxa marcou o 4º e decretou a goleada. Talvez, se o Paraná tivesse entrado com mais objetividade desde o início da partida, o resultado poderia ser outro.

Jogar retrancado, para alguns treinadores brasileiros, é como se fosse obrigação. O time pode estar jogando em um esquema tático ofensivo, que dependendo do adversário, acaba recuando. Em alguns momentos, a retranca até que funciona, contudo, na grande maioria, o clube que entra jogando atrás, acaba sendo castigado com uma derrota. Foi assim com o Paraná na noite de ontem e é assim em várias partidas no futebol.
No clássico de ontem, o principal erro paranista foi entrar na partida com três volantes. Talvez, se continuasse jogando da mesma maneira que vinha nas partidas anteriores, o jogo poderia ter sido bem mais equilibrado, e quem sabe, o tricolor pudesse surpreender em pleno Couto Pereira.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Operário faz campanha digna de aplausos

Por Tarek Omar

Basta uma rápida olhada na classificação geral do Campeonato Paranaense, que já se percebe algo diferente. O Operário, que subiu em 2009 e ano passado foi o segundo melhor time do interior, vem surpreendendo ainda mais nesta temporada. Além de ser o melhor colocado do interior, a equipe de Ponta Grossa vem traçando vôos maiores em 2011. Com 25 pontos o clube é o segundo colocado no campeonato, ficando apenas atrás do Coritiba, que com 35 pontos lidera a competição de forma invicta. O Atlético-PR, com um jogo a menos, vem logo atrás.

A campanha do Fantasma impressiona ainda mais pelos expressivos números da equipe fora de casa. Em seis jogos longe de Ponta Grossa, a equipe venceu quatro partidas, empatou uma e só foi amargar sua primeira derrota no último domingo diante do Coritiba. Partida esta, que mesmo perdendo, o Operário não facilitou para a equipe da casa. Após levar 2x0, o Fantasma não se intimidou com o adversário e em dois minutos empatou o jogo com dois golaços, assustando a equipe da casa. No fim, com um gol de Bill, o Coritiba venceu a partida por 3x2, porém, a equipe de Ponta Grossa mostrou que não veio para o campeonato a passeio.

O segredo do Fantasma, a meu ver, se atribui a uma série de fatores essenciais para uma equipe ter sucesso no futebol. Começa com o trabalho sério realizado pela diretoria e comissão técnica. Chega ao time, que se mantém unido e focado no título. E completa na torcida, que comparece em bom número e faz belas festas em partidas no Germano Krugüer, criando um elo entre time e torcida. Fatores essenciais para uma equipe que busca o título.

A grande campanha realizada pelo Operário nesses dois anos consecutivos é um exemplo a diversos times do interior, que tratam o futebol de forma amadora e acabam brigando contra o rebaixamento ano após ano. Talvez, se outros times seguissem o exemplo do Operário, o campeonato paranaense se valorizaria mais nacionalmente.

Fotos: Diário dos Campos e Juliano Elias

quarta-feira, 9 de março de 2011

Rio Branco é denunciado pela escalação irregular de atleta e pode perder até 18 pontos

Por Tarek Omar

Uma confusão no registro do meia-atacante Adriano de Oliveira Santos pode custar a permanência do Rio Branco na primeira divisão do Campeonato Paranaense. A Procuradoria do Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná (TJD-PR) denunciou o clube pelo registro irregular do atleta, que jogou seis partidas do campeonato como Adriano Oliveira dos Santos.

Se condenado, o Leão da Estradinha, atualmente com 10 pontos na competição, poderá perder até 18 pontos, o que resultaria no rebaixamento antecipado do clube para a divisão de acesso do Campeonato Paranaense.
Esta não é a primeira vez que o Rio Branco se envolve em problemas com o registro de atletas. Em 2007, após eliminar o Avaí em plena Ressacada e vencer por 3x0 a primeira partida contra o Vila Nova-MG na segunda fase da Copa do Brasil, o Leão da Estradinha foi acabou eliminado no tapetão, após falha da Federação Paranaense de Futebol (FPF) no registro de um atleta. Além disso, a CBF ainda multou o Rio Branco em 250 mil reais, complicando as finanças do clube.
Naquela ocasião o erro foi da FPF, mas desta vez não. A confusão atual começou quando o Rio Branco contratou o meia-atacante Adriano de Oliveira Santos, do Guarulhos-SP. O clube paulista, que não encontrou o registro do jogador na federação local, decidiu procurar em outro Estado, encontrando um nome parecido (Adriano Oliveira dos Santos) na Federação Capixaba de Futebol. Como nenhum diretor rio branquista, e nem mesmo o atleta, perceberam a diferença dos nomes, o jogador foi contratado e registrado irregularmente na Federação Paranaense.
O erro primário do Rio Branco comprova o péssimo trabalho realizado este ano pela diretoria do clube alvirrubro, que desde o início do campeonato batalha, sem sucesso, para manter o elenco focado na competição.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Mais uma vez a Federação Paranaense de Futebol se complica sozinha

Por Tarek Omar

Quando um Campeonato Paranaense não tiver uma trapalhada por parte da Federação Paranaense de Futebol (FPF) em assuntos óbvios, desconfie, alguma confusão ainda está por vir. Até o momento no paranaense, o novo regulamento se mostrou perfeito. O público aumentou, os times do interior tiveram mais chances, e agora, todos que estavam mortos na competição, voltam a brigar pelo título. Depois de dois anos em um regulamento deprimente, a nossa competição vem melhorando consideravelmente e aos poucos volta a ganhar destaque nacional.

No entanto, como citei no início do texto, um campeonato sem complicar o óbvio, não é um campeonato organizado pela FPF. Neste final de semana teremos a primeira rodada do segundo turno do paranaense, e devido ao carnaval, a TV transmitirá todas as partidas no sábado, para não atrapalhar as festas de ninguém. Se formos analisar o óbvio, todos os jogos do Campeonato Paranaense também seriam no sábado. Entretanto, a partida entre Coritiba e Operário foi marcada para as 18:30 do domingo de Carnaval, no Couto Pereira, atrapalhando o feriado de muita gente.
Mas, vamos pensar com a razão. O jogo do Corinthians-PR, contra o Paraná Clube seria no sábado, também em Curitiba. A possibilidade de um confronto entre as torcidas de Paraná e Coritiba seria grande, portanto, vamos dar um crédito para a FPF, o certo é marcar um jogo para cada dia, evitando possíveis brigas.

Porém, eis que surge novamente a Federação Paranaense de Futebol para complicar o óbvio. Mesmo sem a aprovação da diretoria paranista, e sem a necessidade de mudar a data, o jogo do Paraná, inicialmente marcado para o sábado, foi mudado para domingo, no meio do carnaval e no mesmo dia do jogo do Coritiba. As possibilidades de confronto entre as torcidas voltam a acontecer.
Analisando este contexto, a pergunta que fica é: Se a TV irá transmitir os jogos no sábado, por que atrapalhar o feriado de muita gente e marcar duas partidas em Curitiba para o domingo de carnaval, mesmo sabendo da possibilidade de confronto entre as torcidas? Talvez a resposta seja a óbvia, tudo isso foi feito para nunca esquecermos que nosso campeonato ainda é organizado pela FPF, e que jamais estaremos livres de trapalhadas como essas.
Fotos: Alexandre Costa e Jonas Oliveira