sexta-feira, 15 de abril de 2011

“Não pode mais comemorar gol”

Por Tarek Omar

Dia 03/04/2011, Paraná Clube e Atlético-PR se enfrentavam na Vila Capanema. O jogo era tenso e os donos da casa venciam por 1x0. Até que Madson, em um lance genial, empata a partida. Na comemoração, no campo do adversário, ele obviamente extravasou na comemoração, e tirou a camisa. O juiz, logo tratou de dar o cartão amarelo. O jogo seguia tenso, e logo em seguida o Paraná voltou a frente. A torcida paranista, naturalmente provocou os rivais pelo placar. Porém, no final do jogo, surgiu novamente a estrela de Madson para empatar. Dessa vez, para não levar o cartão, ele não tirou a camisa, mas provocou os rivais que anteriormente estavam o provocando. O juiz novamente deu o cartão, provocando a expulsão do jogador, que saiu revoltado.


Jogadores atleticanos comemoram o gol contra o Paraná
Alguns dias depois, na Vila Belmiro, O Santos vencia por 2x0 o Colo-Colo do Chile, e o atacante Neymar fez o terceiro do Peixe. Na comemoração, ele não tirou a camisa e nem provocou os rivais para não levar o cartão, mas colocou uma máscara do seu próprio rosto, como forma de brincadeira. A arbitragem, mais uma vez não perdoou e aplicou o segundo amarelo, expulsando o jogador santista, que assim como Madson, saiu revoltado de campo, sem entender nada.
Neymar comemorando o gol com a máscara do seu rosto

Ontem, na partida diante do Caxias, no Couto Pereira, o Coritiba vencia por 3x0 com facilidade, mas buscava o quarto gol. E depois de tanto insistir, ele veio após um chute de Bill, aos 33 minutos do segundo tempo. Na comemoração, obviamente o atacante extravasou e foi comemorar com a torcida. Para não ser punido, ele não tirou a camisa, não provocou o rival e muito menos colocou uma máscara, apenas comemorou com a torcida. No entanto, de nada adiantou, ao voltar para o gramado, ele também levou o segundo amarelo e foi expulso. Em entrevista, ele retratou o atual momento em que vivemos. “Não pode mais comemorar gol”, e no fim do jogo, o narrador Edilson de Souza, da Rádio 98FM concluiu com a seguinte frase. “O futebol está ficando chato”.

Bill e Davi comemoram um gol do Coritiba
Realmente, o futebol está mesmo ficando chato. Esse, provavelmente, é o sentimento de muitos torcedores brasileiros que eram acostumados a participar de festas históricas, e atualmente vê um cenário cada vez mais politicamente correto. Sinalizadores, maquinas de papel picado, foguetórios e fumaças não podem mais. Entrar em campo na comemoração de um título e até mesmo xingar o adversário, também não podem.

E assim vai indo o futebol moderno, que hoje em dia, não pode mais comemorar nem o gol, que é um dos momentos mais brilhantes do jogo. Qual será a próxima regra para coibir a festa? Façam suas apostas.

Fotos: Joka Madruga, Ivan Storti e Oficial do Coritiba

sexta-feira, 1 de abril de 2011

O futuro dos campeonatos estaduais

Por Tarek Omar
A recente briga pelos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro dos próximos anos vem gerando diversas polêmicas. Quando vemos as recentes notícias sobre o assunto, logo nos vem várias perguntas a cabeça. Todos tentamos imaginar como será o futuro do brasileirão com tanta diferença de valores que Corinthians e Flamengo receberão em comparação aos demais.
Comparado aos 13 milhões que os times paranaenses recebiam até esse ano, os 34 milhões do Coritiba, e o valor parecido que o Atlético irá receber, aparentemente parecem lucrativos. No entanto, os valores de Corinthians e Flamengo são absurdamente superiores. Especula-se que a cota desses times ultrapasse a marca dos 100 milhões. Uma diferença gigantesca, que torna os valores recebidos pela dupla Atletiba mais desvantajosos que os anos anteriores.
Como já foi muito comentado em rodas de conversa sobre o assunto, o futuro do futebol brasileiro, se confirmados esses valores, tendem a ficar como o Campeonato Espanhol, em que só Barcelona e Real Madrid disputam títulos, devido à diferença de valores da cota de TV, que é parecida com a que a Rede Globo tenta fazer atualmente.
Entretanto, além do futuro dos campeonatos nacionais, a dúvida de como serão os estaduais é outra que nos vem à mente. Atualmente, com uma cota de 13 milhões, Atlético e Coritiba são muito superiores aos demais times, tornando o Campeonato Paranaense apenas como treinamento para o brasileirão.
Contudo, quando a dupla receber os cerca de 34 milhões prometidos pela Globo, a disputa será ainda mais desproporcional. Será praticamente impossível um time do interior bater de frente com os da capital. E nessa história toda, quem pode se complicar ainda mais é o Paraná Clube, que também não receberá todo esse dinheiro da televisão.
A única solução que vejo possível para o campeonato não ficar tão desproporcional é a RPC abrir o bolso para os times do interior, visando o real fortalecimento do futebol do nosso estado, como ela sempre pregou. Só assim o campeonato pode ser um pouco mais qualificado. Caso contrário, ficaremos eternamente esperando o Brasileirão para o real teste de nossos times no ano.