sexta-feira, 1 de abril de 2011

O futuro dos campeonatos estaduais

Por Tarek Omar
A recente briga pelos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro dos próximos anos vem gerando diversas polêmicas. Quando vemos as recentes notícias sobre o assunto, logo nos vem várias perguntas a cabeça. Todos tentamos imaginar como será o futuro do brasileirão com tanta diferença de valores que Corinthians e Flamengo receberão em comparação aos demais.
Comparado aos 13 milhões que os times paranaenses recebiam até esse ano, os 34 milhões do Coritiba, e o valor parecido que o Atlético irá receber, aparentemente parecem lucrativos. No entanto, os valores de Corinthians e Flamengo são absurdamente superiores. Especula-se que a cota desses times ultrapasse a marca dos 100 milhões. Uma diferença gigantesca, que torna os valores recebidos pela dupla Atletiba mais desvantajosos que os anos anteriores.
Como já foi muito comentado em rodas de conversa sobre o assunto, o futuro do futebol brasileiro, se confirmados esses valores, tendem a ficar como o Campeonato Espanhol, em que só Barcelona e Real Madrid disputam títulos, devido à diferença de valores da cota de TV, que é parecida com a que a Rede Globo tenta fazer atualmente.
Entretanto, além do futuro dos campeonatos nacionais, a dúvida de como serão os estaduais é outra que nos vem à mente. Atualmente, com uma cota de 13 milhões, Atlético e Coritiba são muito superiores aos demais times, tornando o Campeonato Paranaense apenas como treinamento para o brasileirão.
Contudo, quando a dupla receber os cerca de 34 milhões prometidos pela Globo, a disputa será ainda mais desproporcional. Será praticamente impossível um time do interior bater de frente com os da capital. E nessa história toda, quem pode se complicar ainda mais é o Paraná Clube, que também não receberá todo esse dinheiro da televisão.
A única solução que vejo possível para o campeonato não ficar tão desproporcional é a RPC abrir o bolso para os times do interior, visando o real fortalecimento do futebol do nosso estado, como ela sempre pregou. Só assim o campeonato pode ser um pouco mais qualificado. Caso contrário, ficaremos eternamente esperando o Brasileirão para o real teste de nossos times no ano.

2 comentários:

  1. Os estaduais sempre foram um fracasso. Com essa mudança no brasileiro podiam organizar a volta da Sul Minas, era bem melhor

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  2. Concordo. A CBF principalmente, ajuda muitos os clubes da série A e B, porém, pra clubes de Série C e D, recebem ajuda de custo pra deslocamento e só. Os clubes do interior, a maioria passa por problemas financeiros, recebe 250 mil da RPC pra transmissão e só. Os times não tem patrocínios fortes, dependem de investimentos de empresas que veem os times menores como uma forma de ganhar dinheiro com revelação de jogadores, e quando os times tem torcida que pressiona e "atrapalha" a pretensão das empresas, eles arrumam quaisquer desculpa e abandonam os projetos, e os clubes tem de procurar outra parceria pra conseguir montar um time competitivo.
    Sem time competitivo, os clubes veem os estádios vazios, e sem dinheiro de ingressos, não se consegue fazer muita coisa, e sendo assim, Atlético e Coritiba saem na vantajem.
    A população também tinha que ter consciência e torcer pelo time da sua cidade, do seu estado, e esquecer o eixo RJ-SP. Eu torço somente para o Operário, mais vejo muitos que vão ao estádio somente comer pipoca e amendoim, que tratam os jogos como passa tempo e esquecem que em campo está um time profissional.
    Esse ano no Paranaense o operário tinha parceria da Premier Sports do RJ e com isso, montou um time forte, com jogadores recebendo salários bons, e ficou em 2º no primeiro turno, desbancando o Atlético -PR, que acabou em terceiro, e com uma diminuição de rendimento do time no 2º turno, acabou em 3º na classificação geral, bem a frente dos outros clubes do interior.
    Pra 2012 o Londrina e a parceria com a SM Sports promete vir com um time forte e incomodar.
    Resumindo, sem dinheiro o interior jamais conseguirá desbancar a capital, que tem apoio da mídia e das federações de futebol.

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