sábado, 11 de dezembro de 2010

E o que nos resta é?


Não adianta. Nunca tivemos, achamos que poderíamos ter, e a verdade é que nunca teremos qualquer possibilidade de um dia concorrer com os grandes times brasileiros. Isso faz parte da nova era do Campeonato Brasileiro que veio para excluir ainda mais os times ditos médios com o surgimento da tão aclamada fórmula dos pontos corridos. Não por menos, a fórmula é a sétima maravilha do mundo para a imprensa do eixo que não só corrobora com o pensamento da exclusão, como faz de tudo para que isso se mantenha desta maneira. Atlético e Coritiba não conseguem competir com os grandes times do eixo, não porque são amarelões, ou porque falta empenho, o que falta na verdade é orçamento para isso. Timemania, cota de TV, enfim, tudo feito de uma maneira para que a exclusão seja a moral da história.

Por isso, não se iludam quando vocês vêem Atlético terminando em 5°, Avaí em 6°, a tendência é de que o negócio piore e fique que nem na Europa, onde hoje em dia ninguém mais reclama de ter sempre os mesmos três times disputando títulos nacionais.  Então nós vemos Atlético trazendo Madson e Rafael Coelho, Coxa buscando jogadores no Avaí, e é isso que vai acontecer mesmo. Trazer jogador que veio da Arábia ou da Europa, nunca mais. A não ser que seja um Olberdam da vida, desconhecido por todos e que sai da bela Curitiba mais desconhecido ainda. E vai que dá certo? Pode dar, mas é difícil, e mesmo que dê, vai ser aquele tipo de certo pequeno, que leva a equipe até perto do quase e nada mais. Madson vem para arrebentar, joga tudo, mas veio só um Madson, outras posições ficam carentes, justamente porque ele é um investimento único, investimento caro, mesmo que apenas no salário, diga-se de passagem.

Montar uma espinha dorsal depende dos atletas da base e a cada dia fica mais difícil você subir um jogador preparado para jogar e que não esteja sendo aliciado por possíveis empresários e grandes empresas, como a Traffic. Alex Sandro pelo Atlético e Arilton pelo Coxa são dois exemplos disto. O primeiro surgiu com 16 anos e era taxado de craque. Aos 18 já era titular, e de lateral virou volante, jogava bem, mas nunca o que se esperava dele, tanto que antes de sequer completar 20 anos foi negociado. Oportunidade única? Medo de perder a chance? Ou falta de dinheiro mesmo? A verdade é que pegou muita gente de surpresa e a torcida atleticana acabou aceitando e não ficou revoltada, talvez por não ter percebido que ele tinha ainda uns 3 anos para alcançar sua maturidade. Ele poderia ser vendido por mais, ou então poderia cair no ostracismo, valeu o risco? Só o tempo dirá.

E o tempo nos mostrará que não serão mais válidos comentários como: Rafael Coelho vem desacreditado assim como o Alex Mineiro em 2001. Madson vem assim como o Souza em 2001, jogando pouco em São Paulo. Mas ali era diferente, ali você chegar em 8° te dava chances reais de título, ali um jogo podia mudar tudo. E essa magia vai se acabando, as nossas chances vão diminuindo, e as possibilidades de acompanharmos para todo o Brasil um Atlético ou um Coxa disputando títulos vai ficando cada vez mais longe.

Mas nossa, você só se lamentou, porque não dar uma dica de como mudar isso,? De que adianta só reclamar? Eu penso muito sobre isso, penso mesmo e nunca chego a uma real conclusão. A fórmula do Campeonato vai ser sempre essa, não tem como mudar, deu certo para todos e não vai ser o estado do Paraná, que dá uma grande audiência em jogos do Corinthians, que vai mudar isso. Nossos times não vão conseguir concorrer com o eixo, não vão haver investidores afim de um plano em longo prazo por aqui. Com o acumulativo dos anos a coisa vai ficar pior ainda, eu recomendo que vocês não se iludam, não pensem em vôos maiores que as próprias asas, apóiem a sua agremiação preferida e saibam que o futuro é este e tende a piorar. 

Esse é o depoimento de um torcedor paranaense que infelizmente não vê o futuro com bons olhos. Mas no fundo de sua alma segue torcendo, segue acreditando. No fundo de sua alma crê que Atlético e Coritiba estabelecidos na primeira divisão é a garantia de um crescimento conjunto que beneficie todo o estado inclusive o Paraná Clube.  

Coritiba e Atlético são agremiações que juntas se fortalecem, que rivalizam entre si, mas que rivalizem sempre para cima, pensando grande. Parabéns Coritiba por voltar a Série A, parabéns Atlético pela campanha e parabéns ao nosso estado por se manter nessa luta dos times de médio porte, para essas equipes um 5° ou 6° lugar tem sim que ser comemorado, aqui, as dificuldades são enormes. Essa é a minha maneira de ver futebol, de ver o futuro, e no fundo ainda ter um fio de esperança. Muitos podem achar o contrário, muitos argumentam que no futebol brasileiro é diferente, os times se equivalem, esquecem que não tem como equilibrar de maneira igual um torneio em que pelo menos quatro fontes de arrecadações são distribuídas injustamente.

Vamos torcer e acompanhar, 2011 poderá ser um divisor de águas entre o crescimento e a estagnação. Ou a coisa muda de rumo, ou se preparem para nada, porque esse será o prognóstico de nossos clubes em competições nacionais. Mas nós não podemos pensar assim, temos que deixar a autofagia paranaense de lado, temos que torcer pelo bem do estado, o nosso primeiro passo será mandar aqui, e mandar aqui depende de duas torres fortes que sustentem o estado das araucárias e elas se chamam: Clube Atlético Paranaense e Coritiba Foot Ball Club. Esqueçam tudo o que eu falei no começo, fiquem com o final. Esqueçam tudo o que já aconteceu, e fiquem com a esperança de dias melhores. A hora é de acreditar, vamos torcer para que Atlético e Coritiba montem times fortes e consigam com muita luta se fortalecer, e apenas juntos isso será possível. 

Texto: Luiz Henrique de Oliveira Santos

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