quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Uma paixão que poucos entendem!

A paixão por um clube de futebol ultrapassa fronteiras. Por amor ao time, torcedores viajam quilômetros de distância e mudam até sua rotina apenas para assistir a uma partida. Frio, chuva, calor, cansaço, fome, desconforto, desafio e adrenalina. Essas são apenas umas das dificuldades que esse décimo segundo jogador enfrenta nas viagens para ver seu time de coração. São torcedores que não medem esforços para acompanhar seu clube, independente do momento.
Dificuldades extra campo às vezes atrapalham na hora de acompanhar o time, isso é normal. Emprego, negócios, reuniões, aniversário de familiares, ou até mesmo um namoro em “jogo”, como foi o caso do torcedor atleticano Guilherme Ferreira Martins. Em 2005 o Atlético Paranaense chegou às semifinais da Taça Libertadores da América, e sua antiga namorada disse para ele escolher entre ela e a viagem. Ele acabou indo ao México ver o Furacão. “Minha namorada não queria me deixar viajar, me mandou escolher ela e o Atlético. Fui pro México, e ela terminou o namoro. Mas hoje em dia eu namoro com uma atleticana que sempre me acompanha nos jogos, aprendi a lição”.


No fim do ano passado, Coritiba e Fluminense travaram uma batalha para decidir quem continuaria na elite do futebol brasileiro. O jogo terminou em 1x1, favorecendo o tricolor carioca. O Coritiba estava voltando para a Série B após dois anos do acesso. Pós jogo, uma verdadeira batalha campal foi travada. Alguns torcedores invadiram o campo, entraram em conflito com a Polícia Militar e o Coritiba recebeu uma das maiores penas da história do futebol brasileiro, dez partidas jogando longe de Curitiba. A cidade escolhida para mandar seus jogos foi Joinville, em Santa Catarina. Entre os torcedores que foram até a cidade catarinense para ver o Coxa, estava o comerciante Luís Eduardo Ribeiro, que foi em todas as partidas disputadas. “Eu aproveito muito essas viagens, sempre faço novas amizades. Cada uma delas tem uma história diferente, não consigo ficar muito tempo sem ver meu verdão. Uma vez fui de carro até a Argentina para ver um jogo”.
O Paraná Clube, irmão mais novo do Trio de Ferro da capital, tem diversos torcedores dos tempos de Água Verde, Colorado, Pinheiros, entre outros. Mas durante os tempos de ouro, do pentacampeonato paranaense na década de 90, conquistou muitos jovens torcedores. Maria Augusta Ruy Barbosa, de 18 anos, é uma dessas torcedoras. Apesar da pouca idade, ela acompanha diariamente as novidades do seu time, além é claro, de acompanhá-lo por diversos estádios do Brasil, algo que ela mesma diz ser normal. “Na minha opinião, viajar para ver o time não é nada extraordinário, é uma atitude normal de um torcedor que é fiel ao clube e ama ele de verdade”.  
Para esses torcedores apaixonados, que sofrem junto com seu time onde ele estiver, nada importa, a não ser aquela sensação de gritar, incentivar, torcer durante os 90 minutos e em caso de vitória, sentir-se realizado por fazer parte de mais um capítulo vencedor na história do seu time do coração.
Texto: Tarek Omar

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